Hellraiser

sexta-feira, 1 de maio de 2009



Isto de se gostar de cinema tem uma coisa muito boa: por muitos filmes que já se tenham visto, restam sempre uma infinidade deles por se ver. E hoje risquei outro da minha lista - HELLRAISER, de Clive Barker.

Por alguma razão ou outra, foi um filme que nunca tive oportunidade de o ver (facto quase humilhante para mim, sendo eu um acérrimo cinéfilo e amante de filmes de terror), mas após falha devidamente colmatada, deixo-vos aqui as minhas rápidas impressões.

O facto de se ter tornado um clássico do cinema fantastique torna-se óbvio mal o filme termine: é uma obra com um visual para a altura muito original, transcendendo as próprias influências em que se apoia; os actores são uma das maiores-valias do filme, com representações de alto calibre, algo a que não estamos habituados a ver nestas andanças; a portentosa banda-sonora ajuda a enaltecer a profundidade e seriedade da narrativa e respectiva temática; e por último, a própria visão de Barker é traduzida com grande impacto, apesar dos parcos meios utilizados.

O fenómeno de Pinhead (no poster acima) e de HELLRAISER foi tão grande que Barker admite numa das entrevistas que já não consegue encontrar mais observações a fazer em relação a estes filmes. Pois eu tenho mais uma observação a fazer em relação a este filme, a meu ver muito pertinente, embora talvez picuínhas: há uma sensação de querer agradar a gregos e troianos (Reino Unido e Estados Unidos, entenda-se) com a utilização de actores britânicos e norte-americanos. É claro que é perfeitamente compreensível porque a maior parte do dinheiro veio dos States, através da produtora New World Pictures, daí a mistura de nacionalidades. Mas para mim é exactamente esse pormenor que impede este filme de ser perfeito. A sua natureza é tão claustrofóbica e tão "inglesa" que a intrusão dos personagens americanos torna-se ingrata, de certo modo. Mas, felizmente, não o destrói.

Agora ando ansiosíssimo por ver as sequelas! Pelos vistos, no terceiro HELLRAISER, o Pinhead desata a matar tudo que é americano adolescente! Mal posso esperar para o ver!