Top 5 filmes: Colégios internos

segunda-feira, 4 de maio de 2009


Fazer listas é sempre uma tarefa ingrata, principalmente quando essas mesmas listas são Tops. É perfeitamente natural que discordem do filme que coloquei em primeiro lugar, ou até do que coloquei em quinto. Isso para aqui também não importa assim tanto. O que importa é que talvez descubram alguma jóia na coroa destes grandes cinco que talvez ainda não conheçam. É que eles são todos mesmo muito bons, todos eles merecedores de pertencerem a este Top 5.

O tema, como já adivinharam são os Colégios internos. Repressões, inimizades, assassinatos, mártires, bruxaria, desaparecimentos, ele há de tudo nestes cinco filmes escolhidos. Comecemos pelo quinto lugar.

5º: Au revoir les enfants, de Louis Malle

Passado na França da 2ª Guerra Mundial, conta-nos a história da amizade entre dois rapazes que acabará de forma algo trágica. A magia está na recriação da época e na forma como as relações entre os rapazes são fielmente retratadas. No final, deixa-nos um travo na boca de inocência perdida que custa a sair.

4º: If... , de Lindsay Anderson

Um grande filme com um enorme Malcolm McDowell no seu papel de estreia no cinema. Se procuram um filme sobre colégios internos britânicos onde toda a gente é má para toda a gente, onde a disciplina e a mania das hierarquias é levada a extremos, então este filme é para vocês. McDowell faz de rebelde, como não poderia deixar de ser, que com a ajuda de mais dois maus da fita (hehe) vai fazer a vida negra aos docentes e respectivos colegas com a mania das grandezas. A ver com toda a urgência!

3º: La Residencia, de Narciso Ibañez Serrador

A primeira obra no cinema do espanhol Narciso Ibañez Serrador e a sua primeira obra-prima (só realizaria infelizmente mais um filme, também esse uma obra-prima, QUIÉN PUEDE MATAR A UN NIÑO?, dedicando-se posteriormente à televisão para nossa grande perda). Aqui não há rapazes, só raparigas. E todas elas flores que não se cheiram! Quem manda neste galinheiro é uma professora com sérios problemas lá em cima no 5º andar, se é que me percebem... Se juntarem a isto repressões sexuais, sadismo entre colegas, uma banda-sonora poderosíssima e um assassino, temos em mãos um grande filme. Mais do que merecedor do 3º lugar.

2º: Suspiria, de Dario Argento

Se ainda não viram este filme, não se considerem cinéfilos. Essencial, meus amigos. O delírio visual de Argento faz lembrar um pouco o anterior filme, LA RESIDENCIA, principalmente nalguns planos de corredores e numa outra cena passada num sótão. Semelhanças à parte (e Argento diz que não tinha visto o filme espanhol antes de fazer SUSPIRIA), este é um filme onde quem procura lógica, não a encontrará. A narrativa segue a linguagem dos sonhos, onde uma sequência de imagens e ataques sensoriais encadeia noutra logo a seguir sem qualquer explicação. Este é o tipo de filme perfeito para mim, onde posso desligar o cérebro, apreciar as imagens e ainda por cima não perder o fio à meada. Ah, já me esquecia: é neste que há bruxaria...

1º: Picnic at Hanging Rock, de Peter Weir

Um mistério ainda hoje por resolver. O filme e os factos verídicos. Num passeio a Hanging Rock, onde um grupo de colegiais internas vão fazer um pic-nic, algumas delas desaparecem sem deixar quase qualquer rasto. Se não acreditam em magia, vão passar a acreditar no fim de verem este filme. Feito com uma sensibilidade profunda e uma atenção à imagem exemplar, é um filme onde tudo é deixado em aberto, deixando-nos a sonhar, perdido nas nossas próprias reminiscências. Haverá maior dádiva para um espectador?