A Midsummer Night's Dream

domingo, 21 de junho de 2009


Como poderão não saber, além de eu ser um otaku que recentemente saiu do armário, uma das minhas outras grandes paixões cinéfilas são os filmes americanos da década de 30. Ainda hoje continua a ser considerada uma década de ouro para a 7ª Arte e as razões são inúmeras. Das grandes produções às comédias de circunstância, dos musicais aos filmes de terror, dos dramas épicos aos filmes de aventuras, todos estes géneros foram abordados e explorados de uma maneira que ainda hoje nos parece incrível. Se pensam que a mania dos remakes ou das sequelas é recente, desenganem-se: se algum filme tivesse sucesso, logo se seguiam outros 4 ou 5 com os mesmos actores e com pequeníssimas alterações no guião. Já se sabe, em fórmula de sucesso não se mexe.

Mas não é desse tipo de filme que eu vou falar hoje. Não. Este é bem mais especial, mas não menos bem sucedido. Só não deu foi lugar a sequela. Também, fazer uma sequela de uma obra de Shakespeare seria um pouco, senão muito, descabido. Falemos então de A MIDSUMMER NIGHT'S DREAM, uma super-produção da Warner Bros. de 1935 com a assinatura de William Dieterle e Max Reinhardt.

Tudo começou com Reinhardt. Tendo ele montado uma versão para o palco da famosa peça com resultados que, tanto da parte do público como da parte da crítica, se revelaram extremamente bem aceites, há que pensar em como adaptar toda esta produção para o cinema. Se repararem, esta maneira de pensar ainda se aplica hoje em dia. Reinhardt teve carta branca para fazer do filme, na altura ainda em projecto, uma obra-prima. Não lhe faltou nada: os melhores actores da Warner foram logo convocados, assim como os melhores figurinistas, aderecistas, técnicos de fotografia, you name it. Super produção no seu sentido máximo.

A música de Mendelssohn também protagonizou nesta pérola uma grande fatia do seu charme, tendo sido utilizados excertos da sua obra musical homónima reinterpretados pelo grande Erich Wolfgang Korngold que executou aqui uma obra hercúlea. Mas a sua maior magia vem dos efeitos especiais conseguidos por uma equipa muito talentosa que não precisou de explosões ou de bombas para captar atenções. Deixo-vos com o trailer para vos dar um pequeno aperitivo desta obra que tem tanto de mágica como bela.