Citizen Dog

Uma fantasia technicolor filmada em suporte digital. O tailandês Wisit Sasanatieng é o mago da cartola dos mil truques que aqui usa toda a sua magia para nos encantar e deixar a cantar uma cantinela toda catita que tão cedo não sairá da nossa cabeça. Apresento-vos então CITIZEN DOG!

O seu anterior TEARS OF THE BLACK TIGER, um Western à Oriental pintado a cores de pastel e inspirado em filmes tailandeses dos anos 50 e 60, já fazia antever que Sasanatieng não era um realizador qualquer. E não é mesmo. CITIZEN DOG está carregadinho de cores garridas, personagens excêntricas, momentos musicais deliciosos, enredos que se entrecruzam sem confundir o espectador, enfim, prova de uma vez por todas que o seu primeiro filme não tinha sido um "fluke" e que este senhor está cá para ficar.

Em CITIZEN DOG encontramos uma rapariga que parte à aventura do significado de um livro escrito numa língua estrangeira à sua que um dia lhe cai do céu, largado de um avião que passava; um rapaz que vai trabalhar para a cidade grande mas que tem medo que um dia lhe nasça uma cauda; um taxista que anda de mota que um dia morre quando uma chuva de capacetes lhe ceifa a vida, o que não o vai impedir de cumprir a sua profissão além-morte; uma menina/mulher cujo melhor amigo é um urso de peluche que leva para todo o lado que vai; um homem obsessivo/compulsivo que tem de lamber tudo que encontra à sua volta; uma revista que fala; uma montanha de garrafas de plástico; enfim, por aqui já estão a ver a natureza da besta, por assim dizer.

Altamente recomendado para uma matinée em grande, é um filme que me deixa sempre com um sorriso nos lábios assim que o acabo de ver. E hoje em dia não há muitos que consigam esta proeza, pois não?