O 17º Festival Internacional de Curtas Metragens de Vila do Conde acabou fez ontem já uma semana com um balanço bastante positivo em relação a anos anteriores, o que, por si só, já é dizer muito, visto que as restantes 16 edições têm sido sistematicamenete coroadas de êxitos de afluência e interessantes programações.
Este ano, tivemos a honra de experimentar e experienciar todo um novo espaço: o restaurado edifício do Cine-Teatro Neiva, agora rebaptizado de Teatro Municipal. Cinco pisos no total, compreendendo um grande auditório e um mais pequeno, bar, dois balcões de recepção, diversos escritórios, três salões multimédia e multi-funções, enfim, um espaço mais do que à medida deste festival. O novo edifício está maravilhoso, com um design e funcionalidade exemplares e condições únicas para se apreciar qualquer tipo de evento ou espectáculo. E os resultados estão à vista: com este novo espaço, a afluência aumentou 50% em relação ao ano anterior. As condições, diga-se de passagem, aumentaram em 100%.
No entanto, uma tendência repetiu-se: o facto da qualidade dos filmes exibidos ser tão desigual. Entre curtas muito boas, coexistem outras de cariz assaz medíocre. É esta constante inconstância e incoerência na selecção que deveria ser evitada e corrigida em anos vindouros. E isto vindo de alguém que não frequentou todas as sessões, mas às que foi, saiu de lá com um gosto agridoce na boca. E o que é que se passa com uma quantidade desmesurada de curtas-metragens que terminam com finais em aberto? Será uma tendência pós-moderna de não-fins ou pura coincidência? Seja de que maneira for, chegou-se a um ponto que já se tornava difícil distinguir entre curtas-metragens e excertos de filmes...
Felizmente, os premiados foram, no seu geral, bem escolhidos e quem assistiu às sessões pós-entrega dos prémios dos filmes vencedores, saía de lá com ar satisfeito. Eu fui um deles. Eles aqui ficam:
COMPETIÇÃO NACIONAL
Melhor filme de Competição Nacional
CANÇÃO DE AMOR E SAÚDE
João Nicolau, 2009, França/Portugal, FIC, 0:30:00
COMPETIÇÃO INTERNACIONAL
Grande Prémio "Cidade de Vila do Conde"
A REPÜLES TÖRTÉNETE/ UMA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO
Balint KENYERES, 2009, França/Hungria, FIC, 0:15:00
Prémio Ficção
MADAM BUTTERFLY
Tsai Ming Liang, 2008, Taiwan, FIC/DOC, 0:35:00
Prémio Documentário
ENTREVISTA CON LA TIERRA
Nicolás Pereda, 2008, México, DOC, 0:18:00
Prémio Animação
DUST KID
Jung Yumi, Coreia do Sul, ANI, 0:10:00
COMPETIÇÃO REMIXED
VLADIVOSTOK
F.J. Ossang, 2008, Rússia, FIC, 0:05:00
COMPETIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL
PRÉMIO DO PUBLICO MATEUS ROSÉ SPARKLING LOGORAMA
François Alaux, Hervé de Crécy e Ludovic Houplain, 2009, França, ANI, 0:16:00
PRIX EFA VILA DO CONDE RENOVARE
Paul Noguescu, 2009 Roménia, FIC, 0:24:00
COMPETIÇÃO VIDEOS MUSICAIS
THE BPA - TOE JAM
Keith Schofield, 2008, Reino Unido, 0:03:30
CURTINHAS
THE GROUND BENEATH/ O CHÃO POR BAIXO
René Hernandez, 2008, FIC, 0:20:00
COMPETIÇÃO TAKE ONE!
EU ADORO ESTE SOM!
Zulmira Gamito, Filipe Fernandes, Rui Matos, 2008, Portugal, DOC, 0:18:35
VIDEORUN!
1º DAQUI ME VEJO
Roberto Santos, Andreia Teixeira, Jorge Carvalho, Fernando Giorgi FIC/EXP, 0:03:00
2º INFLUÊNCIAS
António Fernandes, Sofia Alves, Ana Salgado FIC, 0:03:00
3º AL
Inês Bianchi, João Araújo, Ricardo Morais Sousa, Rita Huet EXP, 0:01:20
ONDA CURTA
A REPÜLES TÖRTÉNETE/ UMA HISTÓRIA DA AVIAÇÃO
Balint KENYERES, 2009, França/Hungria, FIC, 0:15:00
ECHO/ ECO
Magnus von Horn, 2009, Polónia, FIC, 0:15:00
DIARIO DEL FIN
Juan Alejandro Ramirez, 2009, Perú, FIC/DOC, 0:24:05
ROSA ROSA
Félix Dufour Lapérrière, 2008, França/ Canadá, ANI, 0:08:18
O público, esse, prova mais uma vez que tem muito bom gosto e vota como seu favorito uma das coisas mais geniais que estes olhinhos já viram: LOGORAMA, uma curta-metragem de animação francesa onde os personagens e objectos são todos eles logotipos e onde se pode ver, entre muitas outras coisas mais, os bonecos da Michelin a fazerem de polícias e envolvidos numa perseguição a alta-velocidade para verem se conseguem apanhar o mau da fita desta história - o Ronald McDonald. Ó, ó. Nem mais. E isto é só a ponta do icebergue, porque esta curta tem pano para mangas. Quanto a mim, só encontrei uma palavra para a descrever: genial.
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