Selva Canibal

sexta-feira, 31 de julho de 2009



Quatro amigos - um casal estabelecido e um recém-apresentado - com algum amor à aventura e nenhum à vida, rumam à Papua Nova Guiné em busca do desaparecido Michael Rockefeller, da mui abonada família Rockefeller de Nova Iorque, com destino a um local remoto da selva, minado de canibais e outros que tais, onde terá sido avistado por um aviador um homem branco barbudo e velho, como seria hoje o Michel Rockefeller (pessoa real, nascida a 1938 e desaparecido a 1961, teria 71 anos em 2009).
Partem das Fiji bem apetrechados com duas câmaras de filmar e todo o material necessário para a vida ao ar livre - entenda-se tendas, comida, lanternas, bebidas alcoólicas - rumo ao país que é referido no filme como o segundo local mais perigoso do mundo, a seguir ao Iraque. Sem medo, o grupo tem alguns problemas com os locais civilizados, o que para mim seria mais que suficiente para voltar para casa com o rabinho entre as pernas, e chega finalmente à selva onde tudo é lindo. A natureza é linda, os missionários são lindos, as caveiras humanas são lindas. Estes rapazes e raparigas só se acagaçam quando estão frente-a-frente com a morte. Bom para eles.
Apesar de poder apontar algumas falhas ao filme, como questões de continuidade e pequenas questões logísticas de armazenamento de carne (de pessoa), dou-lhe two thumbs up. A história tem o suficiente para despertar interesse pelo filme e para fazer alguma investigação posterior (usar a amiga wikipedia) e não se estende em explicações que poderiam resultar mal, o filme está muito bem estruturado: o alarme de perigo começa a soar muito cedo e mantém-nos em alerta durante muito tempo em que nada de grave acontece. Os sustos não causam pulos de terror no sofá, antes o levantar dos pelinhos do pescoço. E, mais que tudo, não tenta ser sério. O título original é Welcome to the Jungle, mas o nosso Selva Canibal tem mais pinta.