Across the Universe

quinta-feira, 17 de setembro de 2009


A Beatlemania voltou a atacar no passado dia 9 de Setembro quando os muito esperados Remasters de todos os seus discos foram lançados em edições de luxo para gáudio de milhões de fãs numa campanha sem precedentes no mundo da música. Eu confesso que fui uma das suas vítimas e feito lemming comprei um dos meus álbuns favoritos dos Beatles, o Magical Mystery Tour.

O que é certo é que o próprio universo deve estar a conjugar-se para chamar de novo a atenção a esses 4 fabulosos de Liverpool, porque qual não é o meu espanto quando eu chego a casa e ligo o televisor e este igualmente fabuloso ACROSS THE UNIVERSE estava a dar num dos canais. É claro que fiquei a vê-lo até ao final, visto ser um filme que já há muito não o via, tendo-o comprado em DVD quando saiu para o mercado americano. Julie Taymor é a realizadora e é alguém que eu já ando a seguir os seus trabalhos desde o princípio. Dona de uma estética visual só sua, originalíssima na sua mise-en-scène, assinou imagens indeléveis nos clássicos contemporâneos TITUS (com Anthony Hopkins) e FRIDA (com uma brilhante Salma Hayek).

O filme é um musical muito sui generis, utilizando canções dos Beatles para contar a sua história. A piada da coisa é que ela conseguiu que todas as canções utilizadas encaixassem perfeitamente no enredo e, cada vez que alguém abre a boca para cantar, faz todo o sentido que tal aconteça porque as palavras não parecem descabidas. E, diga-se de passagem, canções melhores do que estas seriam um pouco difíceis de arranjar. A narrativa decorre nos anos 60, como não poderia deixar de ser, e embora seja a típica história do "boy meets girl", mas com revoluções e a guerra do Vietnam à mistura, é nas invenções visuais e na maneira como todo o enredo se conjuga para formar um todo bastante poderoso que Taymor brilha.

Todas as canções são interpretadas pelos próprios actores e não se saem lá muito mal na coisa, por sinal. Mas um dos maiores trunfos deste filme é mostrar nas entrelinhas a quem sabe um pouquinho da história dos Beatles todas as fases, alegrias, tristezas, desavenças e episódios caricatos que marcaram as suas brilhantes carreiras. E não é que quanto mais vezes vejo o filme mais gosto dele? Tal como nas canções dos "escaravelhos com batida"!