La Frusta e il Corpo de Mario Bava

quarta-feira, 7 de outubro de 2009


O famoso crítico de cinema e autor de vários livros, Tim Lucas deu, e muito acertadamente, o título de ALL THE COLORS OF THE DARK ao épico livro que dedicou à obra e vida do mestre italiano Mario Bava. Isto porque Bava deve ser o realizador que mais se serviu da cor (todas elas e muito garridas, por sinal) para fazer assustar o seu público. Exímio na sua composição de imagem e na iluminação que conferia a cada cena, é uma pena que este grande artista e artesão da imagem em movimento não tenha tido o reconhecimento que lhe era mais que merecido em vida. Mas vamos por partes.

LA FRUSTA E IL CORPO, também conhecido por THE WHIP AND THE BODY é provavelmente o meu filme favorito de Bava e tendo em conta que ele tem uma grande quantidade de excelentes filmes no seu curriculum, considerem este exercício na arte de assombrar com uma dose q.b. de sadomasoquismo um dos seus melhores. Para começar, tem um Christopher Lee a fazer o que ele sabe fazer melhor: maliciosamente sedutor com requintes de crueldade. Depois, temos uma história que é tipicamente Bava: circular no seu enredo e obsessiva ao ponto da loucura. Se a tudo isto juntarmos uma banda sonora do mais romântico que há, com um tema principal tão insistente como sedutor, temos em mãos um filme que nos persegue mesmo após ter passado muito tempo de o termos visto. Só para terem uma ideia: eu só o vi uma vez e lembro-me perfeitamente de muitas das suas imagens e o seu ambiente opressivo marcou-me indelevelmente. E depois tem uma personagem feminina riquíssima em contornos psicológicos, bem ao gosto das que era usual ver-se no cinema europeu dos anos 60 (ver Bergman e/ou Antonioni).

Bem, se este post serviu para vos alertar para o cinema maravilhoso de Mario Bava, ficarei satisfeito. É que vale mesmo a pena. Esperem mais escritos sobre ele e os seus filmes no futuro. Até lá.