Qui êtes-vous Polly Maggoo?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


Já aqui tinha falado em forma de rodapé sobre este peculiar filme quando fiz aquele post sobre as top models originais e a sua relação com o mundo do cinema. Lembram-se? Peggy Moffit é a modelo que tem um cameo neste que foi a primeira incursão no cinema do fotógrafo americano William Klein. E que primeira incursão, caros leitores!

Se há uma coisa que distingue este filme de qualquer outro feito na época é o seu profundo sentido estético e a sua vontade de inovar visualmente a todo o instante. Klein usa de todos os truques que tem na manga, surpreendendo-nos em praticamente cada cena com movimentos de câmara originais e montagens não menos hipnotizantes. E o tema justifica: é a história de Polly Maggoo, uma top model em ascensão que se vai ver a braços com uma equipa de filmagens que, ao documentar o seu dia-a-dia, a vai desmascarando (e, por acréscimo, ao mundo da moda) e revelando o quão vaga, deslumbrada e sem significado a sua vida é. É toda uma crítica mordaz contada em jeito de mockumentary avant-garde que nos é oferecida por Klein em jeito de conto de fadas pop "gone wrong". É que o filme tem uma estética tão "na moda" que de certeza que passou de moda logo no dia da sua estreia. Mas isto sou eu a divagar.

Mas que é um delírio pop, é. Desde os créditos iniciais em animação por Roland Topor, até ao desfile de moda que abre as festividades (com a presença de altos nomes da altura, para dar mais credibilidade à coisa), passando pelas roupas que qualquer amante do retro adoraria ter, enfim, é uma verdadeira cápsula do tempo a uma época onde o futuro se reinventava.

Deixo-vos com os primeiros 6 minutos e meio para vos deixar com um gostinho da verdadeira pérola que este filme é. Até já.