Top 10 filmes: adaptações de videojogos

sábado, 20 de fevereiro de 2010


Sou gamer. Como gamer e moça que gosta de cinema fico sempre entusiasmada quando há um crossover. Que os bons filmes dão jogos medíocres não há dúvida. Que há jogos que são em si mais um filme que jogo também não. Mas quanto a um bom jogo dar um bom filme é uma incógnita. Por norma isso não acontece, mas continuam a haver tantas adaptações que só posso imaginar que haja muita gente esperançosa a achar que um bom jogo pode resultar num bom filme. Ainda não vi prova disso, mas as adaptações têm um inegável factor de entertenimento (sinal divino ou não, enquanto escrevia esta frase a PlayStation tombou duas vezes), por isso segue-se o meu top de filmes adaptados de videojogos mais divertidos ou relevantes. E não, eu não vi todos da lista. Imagino que tenham algum valor, vá. Mas vi todos os dos anos 1990.
Para este top só contam os live-action, animação fica de fora.

10º: Survival Horror

Não é um filme, são vários. Em 2006 foram adaptados os jogos Silent Hill e Forbidden Siren, em 2005 adaptado Alone in the Dark, já para não falar nos Resident Evil (que ocupam outro lugar no top). Explico para os leigos, survival horror é jogo de terror, é daquelas coisas que se o jogador fica embrenhado pode fazer xixi nas calças, no mínimo dar uns guinchos quando a acção se complica. Eu não jogo - deus me livre! - mas há muito quem viva para isto. A piada do survival horror é precisamente o jogador estar no meio de um filme de terror. Se o jogo parecido com filme passa a filme parecido com jogo então o jogador deixa de fazer parte. Logo à partida é um FAIL.

9º: Hitman (2007)

Criou-se um grande hype à volta deste filme quando estava para sair. Da história pouco se escrevia (este é daqueles filmes que não vi mas li acerca de) mas visualmente estava fiel ao jogo, prometia ser a adaptação boa. Com actores (quase) desconhecidos nos papéis principais preparava-se para ser algo sustentado numa boa história. Pelo que agora leio não foi, nem as representações boas. Um dia hei de ver e tiro isso a limpo.
Nota: a side-kick do Agente 47 é a Olga Kurylenko pré-007: Quantum of Solace. Entre um filme e outro entrou no Max Payne, outra adaptação de videojogo. Acho que é cá das minhas.


Lara Croft: Tomb Raider (2001) & Lara Croft Tomb Raider: The Cradle of Life (2003)

Eu ainda sou do tempo em que aquele boneco angular, sem texturas e anatomicamente impossível dos jogos Tomb Raider era considerado sexy. Na minha opinião, não fosse a Angelina Jolie ter-lhe dado corpo, ainda haveria quem pensasse isso. Em comparação, é melhor a mulher real.
Estes dois filmes são relevantes para o género porque, primeiro, não são assim maaaaus maaaaus, e porque, segundo, os filmes foram levados a sério, em vez de terem sido metidos no saco das adaptações manhosas, foram metidos no saco dos filmes de aventura como os Indiana Jone - quer pela crítica quer pelo público.


Double Dragon (1994)

Neste caso não joguei o jogo mas vi o filme. É de um nível de péssimo que se fosse intencionalmente cómico poderia achar-se ser um filme Troma. Mas não é. Tem um pouco de Demolition Man (passa-se em New Angeles, Demolition Man é em San Angeles, ambos os sítios são onde era antes Los Angeles, antes da grande devastação), tem algumas estrelas da altura e - o mais importante - tem o Robert Patrick com penteado de Vanilla Ice. Mas pior.


Street Fighter (1994)

Podia ter juntado o Double Dragon e o Street Fighter na mesma posição, se virmos são ambos adaptações de beat 'em ups (jogos de porrada), são ambos do mesmo ano, e são respectivamente a 2ª e a 3ª adaptação para cinema de jogos de vídeo. No entanto diferem por algumas razões: nos jogos e filme Street Fighter há uma extensa lista de personagens enquanto os Double Dragon têm só um par de moços; o filme Street Fighter teve um budget relativamente generoso; o jogo é melhor que o do Double Dragon e... é um filme do Van Damme. É um filme que não é bom, mas para os filmes da altura protagonizados pelo Van Damme não se nota diferença na qualidade. Leva também com a Kylie Minogue e foi o penúltimo filme do Raul Julia, tendo estreado pelos Estados Unidos poucos meses da sua morte. Bem, nem todos podem deixar filmes póstumos com a qualidade dos do Heath Ledger.


Prince of Persia (para breve)

Tal como disse a início, não vi todos os filmes desta lista, uns porque não quero ver, outros porque ainda não posso.
O filme promete, naturalmente. A história vai para o segundo refresh, primeiro era o jogo 2D que nos fazia perder horas a ver como fazer o nível o mais depressa possível para ter mais tempo para os seguintes, e a apontar as passwords todas, com o tempo remanescente à frente (eram 60 minutos para o jogo todo, sendo necessária prudência nas exlporações porque senão era game over ao 4º nível). Depois foi actualizado para  a geração PS2 e Xbox, com o príncipe a correr pelas paredes, a mexer no tempo e a meter a Lara Croft num chinelo. Se o filme for como foram os jogos, sempre respeitador do que veio antes, então temos um possível objecto de culto.


Mortal Kombat (1995) & Mortal Kombat: Annihilation (1997)

Antes de mais, os pontos que fizeram dos jogos Mortal Kombat marcos para o género: 1º - os personagens foram interpretadors por actores/lutadores a sério, filmados e inseridos no jogo em imagem real; 2º - jorros de sangue a qualquer golpe desferido com sucesso ao adversário, era de tal forma violento que gerou uma onda de indignação apenas comparável à recente novela em torno dos Grand Theft Auto; 3º - Finish him/her. Momentos cinematográficos no final de cada combate, fossem Fatality, Babality ou Friendship.
Eu nunca atinei com as sequências dos comandos portanto só com muita sorte consegui fazer algum deles. Os meus finish him/her costumavam acabar com um soco frouxo e um suspiro de desilusão.
Relevância das adaptações: foi o primeiro filme adaptado de videojogo que teve direito a sequela. Nada mau. Está um terceiro a caminho, para estrear em 2010.


Resident Evil (2002), Resident Evil: Apocalypse (2004), Resident Evil: Extinction (2007) & Resident Evil: Afterlife (para breve).

Creio no Maus da Fita ainda não me ter expressado acerca do Resident Evil (o 1º), portanto resumo: é um dos meus filmes favoritos, no que toca a zombies, por causa da história e da acção. Tem o bónus de ter a Michelle Rodriguez e o Daniel Meade da série Ugly Betty. Jackpot. Está, ou estão, na terceira posição devido à quantidade de sequelas, bem como a óbvia qualidade (pelo menos para mim) do primeiro filme. Esta saga fascina-me porque a qualidade caiu a pique a partir do primeiro. O segundo filme, de acordo com o que oiço porque eu não jogo survival horror, é muito fiel ao jogo. Bem, a um deles, que os jogos de Resi são quase tantos quanto os de Final Fantasy, e não sei a qual concretamente é fiel. O terceiro conseguiu fazer transbordar o meu copo de tolerância... eu gosto de um filme mau, acho-lhe piada, dou-lhe valor como tal. Mas este era tão mau que era só mau, não bom mau. Mau mau. Para o quarto não sei o que esperar (talvez o pior), mas aceito plenamente o título. Quer dizer, quantas vezes morreu a Alice? Geez...


Super Mario Bros (1993)

A primeira adaptação de sempre de um jogo ao cinema em live-action. E, até que estreie Prince of Persia, a única adaptação daquele que é o meu género de jogo favorito, o de plataformas.
Bónus: John Leguizamo quando ainda era um catraio e a maravilhosa referência pop dos Goombas.
Para sermos justos no que toca a plataformas em cinema, há um filme que tem uma parte amorosa para os amantes dos jogos do género. A cena no The Beach em que o Leo DiCaprio dá tilt e anda a correr pela floresta pixelizada aos saltinhos e a apanhar frutas (creio eu) para ganhar pontos é linda. Obrigada pelo mimo, Danny Boyle.


Doom (2005)

O que é o jogo? O que faz os gamers olharem em transe para o jogo que está a ser jogado por outro?
Há jogos com histórias fantásticas, melhores que a de alguns bons filmes, mas o realmente importante é o jogo em si, o acto de jogar. O ver outro a jogar é uma continuação do acto. Se isso é o mais importante, porque continuam os gamers a ver as adaptações dos seus jogos favoritos, se apenas está lá a história e não há a experiência de jogo? Não tenho a resposta, que variará de pessoa para pessoa certamente, no meu caso é pela esperança que a experiência de jogo seja replicada. Por isso está em primeiro lugar o filme Doom.
É fiel à história e à estética (Doom 3) e respeita e homenageia o gamer. É favor ver o vídeo que se segue. Isto é amor ao jogo.





(contém easter egg)