Not Quite Hollywood

quinta-feira, 11 de março de 2010


Eu já disse isto antes e volto a dizer: ser cinéfilo é uma aventura constante e quando se pensa que já se viu tudo que se tinha para ver, novos mundos são-nos desvendados e nós, quais Vascos da Gama ou Cristóvãos Colombo, partimos em busca dessas Índias e dessas Américas com a adrenalina própria desses lendários pioneiros.

Uma dessas "descobertas" que me está a levar a viajar (sentadinho no conforto do meu sofá, entenda-se) literalmente para o outro lado do mundo, foi ter recentemente visto o documentário NOT QUITE HOLLYWOOD, dedicado ao cinema de exploitation feito lá para a terra de Oz (Austrália, para os leigos). Digo-vos uma coisa: está feito com tal amor à causa que no fim deu-me vontade de ver todos os filmes que aí são abordados. E não é à toa, porque realmente este é todo um mundo que apetece descobrir, um mundo quase sem regras onde também quase tudo era permitido devido à abolição de certa leis que, por sua vez, deram carta branca aos realizadores para fazerem o que melhor entendessem. O resultado são filmes onde se nota um genuíno espírito de aventura e vontade de fazer cinema transgressivo e dirigido às massas. Sim, porque se pensam que o cinema australiano se resume a PICNIC AT HANGING'S ROCK ou a PRISCILLA QUEEN OF THE DESERT, então enganam-se redondamente!

Tarantino, quiçá o maior entusiasta de cinema de exploitation no activo, é um dos entrevistados, mas desenganem-se se pensam que ele é o personagem mais interessante deste maravilhoso documentário: esse lugar cabe aos delirantes filmes que fizeram esta particular história. A ver urgentemente.