Top 5 filmes: irmãos no Cinema

quarta-feira, 5 de maio de 2010


Se há filmes que me prendem ao ecrã são os que a trama anda à volta de histórias fraternais. Não daquelas com teor católico ou religioso. Não é esse tipo de fraternalidade. Daquelas de irmãos à séria, de sangue. Dos que nascem do mesmo ventre, embora não necessariamente do mesmo pai. Quem tem irmãos sabe do que estou a falar. São relações muito sui generis. Mas também muito especiais. Vamos a mais um topzinho?

5º: A Night At The Roxbury de John Fortenberry

E começamos com um clássico. Admirados com a minha classificação extravagante? Bem, se um clássico é um filme que marca uma época porque os passamos a citar em conversas de café ou porque descobrimos novos amigos só com um abanar de cabeça ao som de uma música de Hathaway, então este filme sobre dois irmãos muito broncos mas que se amam muito também é um clássico. Dos poucos spin-offs de um sketch do Saturday Night Live que funciona bem para além do lendário programa de TV.


4º: Kevin And Perry Go Large de Ed Bye

E continuamos com um outro spin-off de um programa televisivo, desta vez do outro lado do Atlântico. Kevin e Perry são dois irmãos também eles muito broncos que vivem no Reino Unido e que têm um sonho húmido: ir a Ibiza engatar miúdas. Muitas miúdas. E perder a virgindade. Básicos até dizer chega e muito javardos também, as situações originadas pela sua demanda de gajas, ganza e ganda mocas eleva este filme ao estatuto de obrigatório.


3º: Dead Ringers de David Cronenberg

O que é que acontece quando temos Cronenberg a realizar um filme sobre dois irmãos gêmeos ginecologistas-cirurgiões que se apaixonam pela mesma mulher que por sua vez é sua paciente também? Um filme estranhíssimo, é o que acontece. E a definição de medo cinematográfico para muita gente também. E um dos grandes filmes sobre a dependência obsessiva que pode existir entre dois irmãos.


2º: The Brothers Bloom de Rian Johnson

Este filme foi para mim uma surpresa. Por tudo. Porque não estava à espera que a história fosse tão boa (dois irmãos con-artists extraordinaires que planeiam as suas burlas como se de romances russos se tratassem, com arcos temáticos e referências literárias); porque já há muito que não via um guarda-roupa tão bonito, nem tão evocativo de uma época e de um certo tipo de filme; porque adoro ver personagens excêntricas que não são ridicularizadas, nem vistas como aves raras; e poque há frases como esta: "Não há vidas não-escritas. Somente vidas mal escritas". A ver urgentemente. E este filme só não está em primeiro lugar porque vai buscar demasiadas influências estilísticas ao filme que se segue.


1º: The Royal Tenenbaums de Wes Anderson

Eu podia muito bem colocar um outro filme de Wes Anderson em primeiro lugar, mas estaria a repetir-me, visto que nesse outro entra também o Adrien Brody do filme em segundo lugar e depois porque já escrevi sobre ele num outro sítio também. E embora THE DARJEELING LIMITED seja mais sobre as relações fraternais do que propriamente THE ROYAL TENENBAUMS o é (centrado mais na família como um núcleo orgânico que descamba para o caótico), para mim a história de irmãos que foram meninos-prodígio que entretanto cresceram e viram as suas vidas e projectos sairem furados e se afastam, para mais tarde se reunirem devido a uma crise familiar é bem mais interessante a nível pessoal. E como eu já disse também nesse outro sítio, Anderson é o meu menino bonito do cinema actual e meu mano do coração, por isso não haveria outro lugar para um dos seus filmes senão o primeiro.