Cruising

sexta-feira, 1 de maio de 2009


Sábado à tarde, enroscada no sofá, nenhuma vontade de me mexer. Nestas alturas costumo fazer sessões de várias horas de cinema indiano ou fazer aquilo que faço melhor: ver séries criminais.

Graças ao canal Fox Crime vi por completo acaso um filme que fiquei a amar: Cruising, de 1980.

Realizado por William Friedkin (sim, o mesmo do Exorcista) e com Al Pacino no papel do polícia durão, Cruising tem tudo: um psicopata misterioso, vários homicídios por resolver e um polícia que dá tudo pela profissão.
Isto, senhoras e senhores é tudo o que é preciso para termos entretenimento e suspense garantidos.

Adicionalmente, há a parte fixe. O homicida só ataca na cena gay leather nova-iorquina, tem preferência por tipos morenos e tesos e só há uma maneira de o apanhar: agir sob disfarce.

Eu tenho um irmão mais novo que, como muitos da sua geração, vêem Pacino como o gangsta original, o verdadeiro e genuíno "cabra-macho". E sim, o meu irmão obrigou-me a ver Scarface e todos os outros filmes em que Al Pacino faz juz à fama de durão. E Cruising é só mais um.

O facto é que o tipo aceita sem hesitar embrenhar-se nas cenas mais hardcore possíveis - que vão desde encontros sexuais fortuitos em parques públicos até festas kamikaze com tipos fardados de polícias (e outros de nazis).

Para mim, foi também a oportunidade de aprender algo de novo, nomeadamente o código das cores dos lenços de cornucópias que o pessoal usava nos 70s para identificar práticas e preferências, eheheh.

Seja como for, este filme tem muitas subtilezas e se fosse feito com um bocadinho mais de humor pareceria saído da mente de Pedro Almodóvar. Mas com Al Pacino não se brinca, ele é que brinca connosco.
Muito bom mesmo.