Electroma

domingo, 3 de maio de 2009


Se este filme tivesse sido realizado por um Kubrick ou um Tarkovsky, teria sido aclamado pela crítica mundial como uma obra-prima do cinema de ficção científica, impregnado de imagens altamente simbólicas e feito com um rigor de execução que seria atribuído ao génio do seu criador.

O que é certo é que tal não aconteceu porque apanhou-os (à crítica, obviamente, não aos cinéfilos...) completamente desprevenidos. ELECTROMA é a primeira longa-metragem do duo musical francês DAFT PUNK e o simples facto de ser uma primeira obra tão perfeita em todos os aspectos, deixa sinceramente qualquer um de queixo caído. Ainda mais quando descobrimos que o homem responsável pela criação de tão belas imagens (sim, porque estamos perante um filme belíssimo) é, nada mais, nada menos do que uma das metades do duo, Thomas Bangalter, e não bastando, este é o primeiro filme em que exerce a função de director de fotografia...! Estamos perante grande talento, senhoras e senhores.

Não vale muito a pena entrarmos pelos temas explorados em ELECTROMA, porque a maneira como são apresentados é tão livre à interpretação pessoal de cada um que de certeza iriam discordar comigo se o já viram. Para quem não o viu, de notar que o filme não contém absolutamente quaisquer diálogos, mas em contrapartida oferece-nos uma excelente banda-sonora onde curiosamente não se encontra nenhuma canção do duo francês. Acham estranho? Eu passo a explicar: é que isto não serviu de plataforma para promoverem um novo disco, como seria de esperar. Não. ELECTROMA nasceu do amor que Thomas Bangalter e Guy Manuel de Homem-Christo têm pelo cinema. Obrigado aos dois, dizemos nós então.