Lucifer Rising

terça-feira, 15 de setembro de 2009


O amigo Linus já aqui falou do Kenneth Anger, mas o meu amor pela simbologia e pelo ocultismo leva-me a falar aqui de mais um dos seus pequenos filmes: Lucifer Rising, filmado em 1972.

Não sendo considerado um dos seus melhores - dizem por aí as más línguas que é aquele com motoqueiros nazis, o Scorpio Rising - é, sem dúvida, um dos meus favoritos.

A malta Thelemita está completamente a "jogar em casa" com a simbologia usada e abusada neste filme (o Crowley teria orgulho quer no deboche, quer no fino trato ritualista da coisa) e o tratamento das imagens que muitos chamam - pejorativamente - de psicadélico pode estar só a esconder dos olhos aquilo que o coração vê.

De qualquer modo a maneira de filmar rápida (vertiginosa mesmo) em conjunto com as sobreposições e mais uma míriade de outros efeitos de edição in-camera tornam o senhor Anger e os seus filmes um verdadeiro manual de como fazer tele-discos para a geração MTV.

Falando de música, tem de se falar da banda sonora - que eu acho genial - composta pelo não menos genial e ruim (no sentido satânico) Bobby Beausoleil, um ilustre membro da família Manson (sim, essa do massacre da Sharon Tate e outros ilustres...).
A dita música compõe mesmo o ramalhete em toda a sua alegria psicadélica e em determinados momentos, perturbante.

De Avebury a Externstein passando por Karnak e Giza, esta curta aborda a vida e a morte através de uma jornada místico-religiosa que deverá ser vista com a atenção e empenho merecidos - e, dizem as más-línguas novamente, sob o efeito de substâncias menos lícitas - para um efeito total e esclarecedor.