Top 5 filmes: Filmes Catástrofe

sexta-feira, 13 de novembro de 2009


Ahh os filmes catástrofe... Como prometido num outro post explico agora o meu ponto de vista.
Estamos afastados da natureza. Da natureza selvagem e da nossa natureza. É bom não andarmos sempre cheios de pulgas e piolhos, não termos que arriscar a vida por uma refeição, podermos fechar a janela e deixar o frio do lado de fora. Podermos dar um passeio pelo parque e ver as aves, podermos ir a um parque biológico e ver os javalis e raposas, podermos dar uma pinada sem ser para fazer um bebé e manter a espécie. É uma boa vida.
Ainda assim a maior parte de nós fica com os pelinhos do pescoço em pé quando vê um insecto grande, quando encontra uma cobra ou quando na noite escura os arbustos se agitam. O nosso instinto de sobrevivência, embora pouco utilizado, está lá. Nós sabemos que sim e não o queremos perder, mal seria de nós se tivéssemos a certeza de não nos conseguirmos desenvencilhar sozinhos. Por isso forçamos a coisa - andamos na montanha russa para sentirmos a adrenalina, fazemos jogging para nos certificarmos que conseguimos fugir, informamo-nos de quais os principais perigos naturais da nossa zona de residência.
Para este desejo básico de usar as nossas capacidades naturais temos os filmes catástrofe. Na verdade, acho que ninguém queria estar na zona do sudeste asiático afectada pelo tsunami de 2005, no mais recente terremoto na China ou no caminho do furacão Katrina. Pensamos apenas - e se eu estivesse ali, o que faria?
Eu sei que eu só me safava se pensasse, e não sei se conseguiria pensar. A catástrofes naturais são o meu grande terror. E zombies, vá...
Assim, reúno aqueles que considero os melhores filmes catástrofe.


5º: The Day After Tomorrow (2004)


Qual é o mal comum dos filmes catástrofe? É assumirem que o espectador tem muito boa vontade. Para aceitar na história a presença de absolutas impossibilidades (ver foto - é impossível), para aceitar que os protagonistas têm uma sorte desgraçada porque a morte passa-lhes constantemente a menos de um palmo do nariz e para aceitar a mesma história vezes sem conta - a da família separada que se reaproxima, pois nunca deixaram de se amar. Blergh.
The Day After Tomorrow é maravilhoso nos momentos de destruição. É em larga escala e é num ritmo que aterroriza. Tem momentos de silêncio de morte. Mas tudo isto, o que é bom, acaba depressa. Mais de metade do filme é no depois dos eventos destrutivos consumados. Os personagens e a história não são tão bons que aguentem tal pasmaceira. Mantém-se um bom filme, especialmente se tivermos em conta que, fora o exagero visual de algumas sequências e a rapidez com que tudo se processa, é mesmo o que nos vai acontecer. É tramado.


4º: Deep Impact (1998)


Um filme de meteoro pode ser bom? Pode. E pode acabar mal? Não.
E se soubermos em que data vamos todos para os anjinhos? Eis o que é raro num filme catástrofe. O Armageddon tem isso, mas é tratado com tal irrelevância que é como se não interessasse. No filme Deep Impact é isso desde o início. O filme apresenta três histórias: a do personagem do Elijah Wood, na altura ainda novinho, como o rapaz que descobre o meteoro. A história do personagem do Robert Duvall, astronauta que vai rebentar como meteoro, e a história do personagem da Téa Leoni, a jornalista que acidentalmente tropeça na notícia do meteoro, levando à sua divulgação. É cada história para seu lado, os personagens não se cruzam, e dos três referidos só um sobrevive. O mundo não acaba nem os Humanos se extinguem, mas todos se preparam para isso. Se todos os filmes catástrofe fossem assim não se diria que são sequências de efeitos especiais com história (básica) para encher. Em efeitos especiais não está nada mal, e tem a minha sequência favorita de catástrofe. A água a retroceder na praia antes da chegada da onda gigante. Medo.


3º: 2012 (2009)


O recém-estreado 2012 é um rebuçado para quem gosta de cenas de destruição. É verdade, finalmente um filme em que acontece o pior do início ao fim. Tem de tudo - tremores de terra, fissuras, deslizamentos, maremotos, erupções, tsunamis, etc, etc. As sequências em que é só história sem um desastre a acontecer mesmo ao lado são raras e breves. Este filme, acreditem-me, exige mesmo muito boa vontade para aceitar a sorte dos personagens. Mas muita muita muita. Picuinhices à parte, se assim não fosse, não se conseguia mostrar tanto em tantos sítios.


2º: End Day (2005 - TV)

É mais ou menos um filme, mais ou menos um documentário, da BBC. É tipo Groundhog Day, repete-se o dia, diferem os eventos. O filme/doc segue o Dr. Howell a acordar, dirigir-se ao aeroporto e apanhar um avião do Reino Unido para os EUA, onde vai fazer uma experiência com um acelerador de partículas. Vemos as pessoas por quem passa, o percurso feito uma e outra vez. À primeira há um mega-tsunami. À segunda (repete o acordar, repete as notícias, repete o táxi) há um asteróide. À terceira há uma pandemia. À quarta há a erupção do vulcão de Yellowstone. Todos os eventos afectam particularmente uma ou mais das pessoas por quem ele passa, a ele não particularmente. À quinta o Dr. Howell consegue apanhar o avião, e a catástrofe desta vez é causada pelo acelerador de partículas.
Cinco filmes catástrofe num só. Two thumbs up. Eis o filme:



1º: An Inconvenient Truth (2006)


Este é para levar a sério. Ver e aprender.