Volere volare

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010


Se há filmes que desde sempre me fascinaram e me fazem sentir criança de novo são os que combinam acção real com animação tradicional. MARY POPPINS, PETE'S DRAGON, BEDKNOBS AND BROOMSTICKS são exemplos clássicos da magia que este tipo de filmes transmite e são o também eles o exemplo perfeito daquilo que a Disney era capaz de fazer quando fazia cinema e não produtos.

No entanto, não foi só a Disney que meteu as mãos no "género" (se é que se pode chamar a esta meia-dúzia de filmes um género). Quem não se lembra do já lendário WHO FRAMED ROGER RABBIT? Ainda me lembro de o ter ido ver ao saudoso cinema da Trindade no Porto de comboio, com os meus irmãos e alguns amigos vizinhos (estou mesmo a ficar velho, eu sei...). E falando então para aqueles que ainda se lembram destas coisas, deixo aqui uma recomendação nostálgica: VOLERE VOLARE, com o italiano Maurizio Nichetti no principal papel.

A história conta como Nichetti, que faz de um actor especialista em dobrar vozes para cartoons, se vai tornar não se sabe muito bem como, também ele um cartoon. É claro que isto implica muitas situações embaraçosas para os envolvidos e seguramente cómicas para os espectadores. E, sendo o filme italiano de gema, também alguma nudez pontual com um toque de malandrice à mistura. Em suma, há de tudo: é para o menino e para a menina, mas também para os graúdos, algo impensável numa produção americana do género.

É pena que este filme não passe mais vezes na televisão porque é realmente uma delícia e os efeitos especiais, embora não tão sofisticados como o dos seus primos de Hollywood, são muito bons e feitos com savoir-faire. Se nunca ouviram falar deste VOLERE VOLARE (Querer Voar, à letra) e ficaram intrigados, então dêem uma olhadela ao trailer. E deixem-se regressar à infância.