Oscars 2010: o rescaldo...

segunda-feira, 8 de março de 2010


E pronto, mais uma cerimónia dos Oscars no saco, desta feita com algumas agradáveis surpresas (quem é que estava à espera que THE HURT LOCKER fosse o grande vencedor, hein?) e com algumas desilusões (a cerimónia em si deixou muito a desejar, a meu ver). Bem, mas para saberem quais foram os vencedores das cobiçadas estatuetas carecas, convido-vos a visitarem o Antestreia, porque está lá tudo.

Nós por aqui, ou como diria a Conceição Lino, nós por cá, decidimos esmiuçar a bendita cerimónia com alguns reparos que considero fizeram (ou desfizeram, em alguns casos) as festividades. E, à semelhança da "grande inovação" deste ano, vamos enumerar não 5, mas 10 pontos que marcaram a edição deste ano. Comecemos, então.

1. Steve Martin e Alec Baldwin. Se a intenção foi promover o vosso novo filme, conseguiram. Se a intenção foi apresentar uma cerimónia já lendária, bem... como é que eu digo isto... "we'll call you...". Nem sal, nem pimenta e como galheteiro cómico, deixaram muito a desejar.

2. Eu sei que vivemos em "fast times", mas ao menos nestas coisas, podiamos abrandar o ritmo, não? É que não deu mesmo para disfarçar que parece que estavam a lutar contra o tempo. E eu sei que tempo é dinheiro, mas chegou quase a ser insultuosa a maneira como despachavam os vencedores na altura dos discursos. Já não há respeito.

3. E falando em dinheiro: realmente Portugal e os EUA são mundos completamente diferentes. Nos intervalos entre prémios deste calibre, normalmente os espaços publicitários são multimilionários, correcto? Bem, pelos vistos a TVI não acha assim, porque o único "produto" a ser publicitado foi um número de telefone acabado em 69 para se ligar a uma menina que estava muito carenciada de companhia. Realmente não se deve ver os Oscars sozinha. É demasiado deprimente.

4. Ai que saudades das coreografias da Paula Abdul! Desculpem lá, mas se aquilo é dançar (estou a referir-me àquela "coisa" hiperkinética que serviu para apresentar os nomeados para melhor banda sonora e que passa por dança hoje em dia), eu vou ali e venho. Pareciam um bando de desengonçados. E há que ter em conta uma coisa muito importante: um bom ginasta não faz um bom dançarino. Pirueta não é minuet.

5. Os comentadores portugueses deviam estar com muito sono, ou então quem lhes escreveu as cábulas enganou-os muito bem. Com que então DAS WEISSE BAND foi realizado por Lars Von Trier? E a correspondente em L. A., não sei se para não os deixar ficar mal, ou se estava com sono também, confirmou o erro e até acrescentou que, em conversa com Von Trier no último festival de Cannes, ele lhe disse que usou esse filme para combater uma depressão em que se encontrava. Deve ter sido do jet lag. Dela, não de Von Trier, entenda-se.

6. Sandra Bullock conseguiu a proeza: um Razzie e um Oscar no mesmo fim-de-semana! De resto, diga-se de passagem, foi a única que conseguiu ter um discurso mais ou menos lúcido e minimamente divertido (leia-se, coerente com a situação). Se calhar para o ano não era má ideia convidá-la para apresentar a cerimónia.

7. Um dos pontos altos da noite (pelo menos, para mim) foi ver Tom Ford entrar no Kodak Theatre acompanhado por Sarah Jessica Parker para apresentar.... tchan, tchan, tchan, tchan... o Oscar de Melhor Guarda-Roupa, está claro. Ela, deslumbrante de Chanel Couture e ele, impecável de... Tom Ford!

8. Gostei também da homenagem ao género de terror que foi feita, com uma montagem previsível (os suspeitos do costume estavam lá todos, desde o Exorcista ao Shining, passando pelos clássicos Frankenstein e Dracula), mas bastante divertida. E realmente é pena que este género de cinema não seja mais apreciado pela Academia. A ver vamos se é desta que as coisas mudam. Ou será que isto já é pré-campanha para o Shutter Island ganhar uns premiozitos para o ano? Aceitam-se teorias de conspiração.

9. Não é novidade nenhuma que os americanos são um povo um pouco embrutecido, mas acho que não havia necessidade nenhuma de o Tom Hanks entrar por ali dentro feito troglodita e anunciar o prémio como se estivesse a falar de TMN para Vodafone. Sem Extravagâncias. E com pouco saldo. É que ainda por cima era o Oscar de Melhor Filme que ele vinha entregar. Não havia nexexidade.

10. Não chorei. E Oscars onde não choro, não prestam. Pronto.