The Bloodthirsty Trilogy

quarta-feira, 13 de outubro de 2010



Já que estamos numa de vampiros esta semana aqui no Maus, então porque não continuar nessa veia - ou melhor, vertente? Cof, cof...

Lembrei-me de vos trazer aqui hoje uma trilogia de vampiros à japonesa que data dos inícios dos 70 e que foram realizados por Michio Yamamoto. Esse trio de filmes foi apelidado de BLOODTHIRSTY TRILOGY e é composto por VAMPIRE DOLL, LAKE OF DRACULA e EVIL OF DRACULA (estes são os títulos mais utilizados, mas se fizerem uma busca no IMDB, de certezinha que encontrarão uma infinidade de variantes; sinais dos tempos, é o que é). Se a vossa próxima pergunta for acerca do fio condutor que une estes três filmes, ou seja, se a história é só uma (à laia de TWILIGHT), a resposta é "Não". A única coisa que os une é mesmo o tema do vampirismo. E ainda bem que assim é, porque torna-se mais fácil vê-los separadamente sem os impedimentos de sabermos a historinha toda, tim-tim por tim-tim.





O curioso dos filmes é que de japonês têm muito pouco. Eu explico: se estão à espera de verem sair vampiros samurai dos caixões ou de cenários minimalistas, então desenganem-se. A estética é toda tiradinha da Hammer (sim, há mansões com candelabros e tudo) e os filmes têm todos um look muito contemporâneo (há inclusivé cenas urbanas com moçoilas de mini-saia a fazer compras). Mas não deixem estes... "pormenores" tirarem-vos a vontade de verem estes filmes. Não, mesmo. Se há uma coisa que os japoneses faziam muito bem nesta altura era filmar em Scope com uma mestria e um savoir-faire que era só deles e esta BLOODTHIRSTY TRILOGY não foge à regra - são muito agradáveis à vista e enchem as medidas de quem aprecia estas coisas. Depois, têm um fascínio "camp" único que consiste em ver nipónicos a utilizarem tradições e temas cinematográficos exclusivamente ocidentais (ou pelo menos, maioritariamente ocidentais até então). É quase como um dia destes vermos o Robert Rodriguez a fazer um filme sobre os Onryõ. O que havia de ser giro, confesso.

Estes três filmes não são, no entanto, muito conhecidos no Ocidente (e acho que nem no Japão), por isso se conseguirem e se gostarem do género, vejam-nos porque valem a pena. É que são mesmo divertidos in a creepy kind of way. Eu só gostava era que alguém tivesse a brilhante ideia de os editar por cá com a "prendinha" que a edição japonesa trazia: um mealheiro como a imagem que estão a ver em baixo. Isso é que era!