I Spit On Your Grave

domingo, 10 de outubro de 2010



Este filme exemplifica na perfeição a ideia de que é má onda meterem-se com uma novaiorquina. Podem acabar enforcados, castrados, afogados ou dilacerados. É claro que eu estou um pouco aqui a brincar com a coisa, porque esta "coisa" é um filme difícil de engolir. Se conseguirem imaginar que vão assistir a uma cena de violação que dura cerca de meia-hora e que envolve 4 homens e uma mulher, filmada num estilo cinema verité, sem banda-sonora a amenizar a coisa (ao contrário de outro "clássico" do género, LAST HOUSE ON THE LEFT), cena essa que vai desencadear uma vontade de vingança assassina por parte da vítima, então estão quase lá.


Filmado em 1978 por um desconhecido - Meir Zarchi - e aparentemente inspirado pelo mesmo ter encontrado na rua e ajudado uma mulher que tinha acabado de ser vítima de violação, resolve então pôr mãos à obra e realizar um filme sobre esse mesmo tema, onde vai dar à protagonista - Cammille Keaton, a filha de Buster Keaton(!) e sua esposa na altura - a arma que essa tal mulher nunca teve: a vingança.

Quanto estreou, o acolhimento por parte da crítica e do público foi tão mau que quase passou ao esquecimento, mas os anos encarregaram-se de lhe dar algum crédito grindhouse e os fãs deste exercício mórbido e extremo encontram-se por aí, ao virar da esquina de qualquer blog dedicado ao género de terror. Quanto a mim, ainda não tenho opinião formada, ou seja, não estou do lado dos que o defendem, nem dos que o chacinam. No entanto, reconheço e admiro o seu poder de ainda hoje nos chocar, passados que estão mais de 30 anos da sua estreia. Agora, não sei se a mensagem supostamente feminista do realizador foi cabalmente conseguida (ou sequer se foi minimamente conseguida). Mas lá que conseguiu chamar a atenção para um problema da sociedade e intrinsecamente do ser humano, lá isso conseguiu.

Acho que tenho de o ver outra vez. Mas acho também que não vai ser assim tão brevemente.