Flesh for Frankenstein

quinta-feira, 14 de maio de 2009


Há dias fui ver o MONSTERS vs. ALIENS em 3-D. Sim, o tal filme de animação da Dreamworks. No cinema e a pagar. Com direito a trazer os óculos para casa e tudo. A-do-rei. Estou viciado neste gimmick. Porque é isso mesmo que isto é, uma maneira de levar o pessoal ao cinema e pagar mais por isso. Comigo resultou.

Se bem que já não tem aquela mística dos óculos de papel com uma lente vermelha e outra azul que se compravam nos Quiosques quando a RTP anunciava que iria passar um desses filme na TV. Lembram-se? Os novos óculos são quase uns Ray-Ban foleiros, daqueles que se compram nos ciganos em dia de feira e ainda por cima não assentam bem no nariz. E as lentes são escuras, tal e qual uns óculos de sol, embora estes não protejam dos raios ultra-violetas, um pormenor que vem anunciado em 3 línguas na embalagem! Para mau entendedor...

Isto tudo fez-me lembrar uma sessão que eu fui ver a Serralves, aqui há uns anos largos, do filme FLESH FOR FRANKENSTEIN realizado por Paul Morrissey, um protegido de Andy Warhol. A sessão foi em 3-D, visto que este filme saiu originalmente nesse formato para as salas e os óculos distribuidos (só não deixaram foi trazê-los para casa no fim...) eram os tais azuis e vermelhos que tanto culto fizeram na altura.

O filme fazia parte de um ciclo dedicado ao Cinema em 3-D e deixou-me saudades. É realmente muito divertido estar numa sala cheia de gente com óculos apatetados a olharem todos para o mesmo écrã. É uma espécie de experiência colectiva bastante surreal. Principalmente quando, numa das cenas, alguém é estripado e nós vemos as respectivas entranhas a cairem em cima de nós através de um plano picado entre risos de alguns e sons de enjôo de outros.

E depois entra o Joe Dallesandro. Trust me, qualquer filme em que entre este senhor vale a pena. Que presença, que físico, que charme, que falta de jeito para representar. Mas o que é certo é que a câmara o adora. E isso em cinema sempre foi o mais importante.

Deixo-vos com o trailer alemão original, quando este filme ainda se chamava ANDY WARHOL'S FRANKENSTEIN. Diga-se de passagem que Paul Morrissey não se dava lá muito bem com o seu patrono, daí a mudança de nome. O filme, já esse se encontra intacto na sua capacidade de dar voltas ao estômago. Ora de riso, ora de enjôo.