Double-feature: Rocky Horror Picture Show + The Hunger

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


Pois eu inauguro o mês a falar do Rocky Horror Picture Show então!

Quem nunca viu este filme não imagina o que está a perder...

Adaptado do teatro, conta como os recém-casados Brad e Janet (Barry Bostwick e Susan Sarandon) tendo uma avaria numa zona remota, acabam por ir parar ao castelo do Dr. Frank-N-Furter o travesti desempenhado por Tim Curry.

Pois bem, chegaram em boa hora pois era na realidade um dia importante para as gentes de Transsexual (o planeta) da galáxia Transylvania, o Dr. Frank-N-Furter iria revelar a sua mais recente criação: um jovem de seu nome Rocky Horror, concebido para “aliviar a tensão” do cientista.

Tudo corre bem até os mortos regressarem, de moto, a cantar, para novamente serem mortos e servidos à refeição.

Com muita cantoria (16 músicas entre as quais algumas com o Meat Loaf), muitos avanços sexuais do Dr. Frank-N-Furter, ditos espirituosos por parte de Riff Raff (Richard O’Brien) e momentos de rara sensualidade com Magenta e Columbia este maravilhoso monumento do entretenimento dá uma satisfação muito grande a quem o vê. Todo o ambiente de filme de ficção científica vintage e história são altamente cativantes, sendo os momentos musicais – na sua maioria – muito divertidos.

Este filme despertou um grande culto em diversos quadrantes, sendo comum encontrar nas suas exibições em cinemas imensos espectadores vestidos como personagens do filme, cantando e coreografando alegremente. Eu nunca tive essa oportunidade e tenho pena, gostaria de um dia, também eu cantar o Time Warp num cinema...



No bom espírito do filme decidi que esta entrada seria uma double feature e assim, falarei em seguida do The Hunger, também com Susan Sarandon.

Um relativo desconhecido de muitos amantes do género mais vampiresco, esta pérola, realizada por Tony Scott em 1983, conta com a participação de Catherine Deneuve e David Bowie nos principais papeis de Miriam e John.

Logo no início do filme há uma cena com os Bauhaus a tocarem que realmente é memorável para aqueles que como eu nutrem um especial carinho por eles. Segue-se uma sequência de caçada e repasto que nos deixa logo mais à vontade.

Os gajos não mordem, não, como boa gente de linhagem egípcia, eles cortam a garganta com uma pequena lâmina que guardam nuns ankhs... espertos.

O filme é bastante existencialista em boa verdade, e aborda uma situação interessante e normalmente não tratada noutros filmes do género: o envelhecimento. Aqui alguns vampiros envelhecem a partir de determinada altura, sofrendo de uma desconhecida mas nem por isso fatal doença.

É dramático por isto, os vampiros envelhecem mas não morrem. Definham armazenados em caixões alinhados no sotão; pelo menos os amantes de Miriam.

Entra Susan Sarandon como Sarah Roberts, especialista em Hematologia que realiza estudos de envelhecimento em babuínos. Sim, que Miriam, habituada a perder outros amantes, rapidamente se prepara para substituir John por Sarah que prontamente inicia nas misteriosas artes negras do sangue e da vida eterna.

Boa malha. Bom filme.