Top 5: filmes perturbadores

sábado, 3 de outubro de 2009


Já que este mês é para assustar e é, então vou partilhar convosco os filmes que mais me impressionaram e que ainda possuem a capacidade de me perturbar profundamente se os vir novamente. Pesadelos em celulóide, então. Sentem-se com coragem? Então, vamos daí.

5º Ex-aequo: Funny Games de Michael Haneke e Henry: Portrait of a Serial Killer de John McNaughton


Estes dois filmes estão empatados em 5º lugar porque depois de os ver fiquei com medo de sair à rua. E de falar com estranhos. E pensei seriamente em andar com um canivete no bolso para o caso de. O terror no dia-a-dia retratado com a maior frieza que eu já vi. Experiências para não se repetirem muitas vezes. Brrr...

4º: Ichi the Killer the Takashi Miike

Ao contrário dos anteriores, este filme não mete medo pelo realismo das suas crueldades, mas sim pelo hiper-realismo da violência das suas imagens. Contendo imagens que só mesmo aquelas cabecinhas nipónicas seriam capazes de reproduzir em celulóide tal é o seu grau de grotesco, este delírio febril de Miike atinge níveis de exagero visual nunca antes visto. Só mesmo para aventureiros...

3º: Cannibal Holocaust de Ruggero Deodato

Ainda hoje um filme maldito e interdito em não-sei-quantos países devido à violência animal de algumas das suas cenas, este atrevimento em forma de filme merece ainda hoje passados quase 30 anos este honroso 3º lugar. Se ainda não o viram e acham que o BLAIR WITCH PROJECT é completamente original, bem, se calhar não é bem assim... E mais não digo. Ah, e contém cenas eventualmente chocantes de canibalismo, como não podia deixar de ser! Para antropófagos e outros curiosos, recomenda-se.

2º: Irréversible de Gaspar Noé

Vi este filme com a plateia com mais cojones de sempre. Senão, vejam: foi uma sessão da meia-noite a um sábado e ninguém abandonou a sala a meio do filme! Uma proeza, digo-vos já! Foi daquelas experiências cinematográficas em que me tive que distanciar conscientemente do que estava a ver para não me deixar afectar pelo poder avassalador das suas imagens. Devo dizer também que nunca mais tive a coragem de ver este filme do princípio até ao fim, embora tenha comprado o DVD... Ah, e também nunca mais me apanharam naqueles túneis manhosos à noite... Duplo brrr...!

1º: Salò de Pier Paolo Pasolini

Foi a primeira vez que eu senti que estava a ver uma coisa que não deveria estar a ver. O "proibido" aqui é real. Juro que tive medo que no fim do filme (ou até a meio!) algum castigo divino caísse sobre mim. Ou que o céu caísse em cima da minha cabeça e eu deixasse de gozar com Abraracourcix, o famoso chefe da aldeia de Astérix. Este filme não é brincadeira. E Pasolini sofreu fatalmente as suas consequências. Ainda hoje o filme que mais me perturba porque vejo a verdade por trás das suas imagens.